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sexta-feira, 25 de junho de 2010

O primeiro vôo do Brasil , Santos Dumont foi lá fora

Quando o assunto é aviação brasileira, é impossível não pensar em Alberto Santos-Dumont. O “pai da aviação”, como é conhecido, conquistou os ares com os primeiros aeroplanos, entre o final do século 19 e o início do século 20. Mas é fato que todos os sucessos do inventor aconteceram fora do Brasil. Para todos os efeitos, são conquistas internacionais.
Então, como começou de fato a aviação brasileira? Ironicamente, pelas mãos de um francês radicado no Brasil. Dimitri Sensaud de Lavaud mudou-se para Osasco, então apenas uma modesta vila da capital paulista, no final do século 19. Trazido pelo pai, que chegava ao País motivado por oportunidades de negócios, o jovem engenheiro construiu o que viria a ser o primeiro avião legitimamente brasileiro. Com o aeroplano São Paulo, Dimitri realizou o primeiro voo registrado da América Latina, em 7 de janeiro de 1910. Mas, com o passar dos anos, a história foi esquecida.
Escrito por Susana Alexandria e Salvador Nogueira, 1910 – O Primeiro Voo do Brasil resgata essa emocionante história. Além de informações pormenorizadas a respeito do voo pioneiro de Dimitri e de seu avião, o livro, resultado de três anos de pesquisa, é ricamente ilustrado e traz muitas referências sobre o Brasil daquela época, um país cuja indústria apenas começava a dar seus primeiros passos.
Mais que um aviador, Dimitri Sensaud de Lavaud foi um inventor produtivo e um personagem importante do século 20, com mais de mil patentes registradas. Ao tentar consertar seu primeiro avião, num golpe de sorte, Lauvad descobriu uma forma de fabricar tubos em larga escala. A invenção foi patenteada, e ele criou a Companhia Brasilseira de Metalurgia, que o tornou milionário.
E seus inventos não pararam por aí. Em 1927, ele desenvolveu um automóvel com transmissão automática (isso mesmo, um carro com câmbio que trocava de marcha sozinho, elemento que só viria a se popularizar em automóveis no final do século) e suspensão independente nas quatro rodas. Os desenvolvimentos chamaram a atenção de André Citroen, que tentou implementar a tecnologia em seus modelos.
Quando começou a Segunda Guerra Mundial, Lauvad não hesitou em ajudar a França e ofereceu planos para um míssil guiado e outras invenções. Porém, foi preso pela Alemanha e, apesar de ter recusado trabalhar para Hitler, anos depois, foi acusado de colaborar com o regime nazista. Apesar de ter sido inocentado, Lauvad nunca mais recuperou a alegria de viver. Deprimido e pobre, morreu prematuramente em 1947, deixando o mundo que ele ajudou a transformar.
Fonte: Aviões e Musica

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