Nosso roteiro para instrução era Praia do Futuro, entre final da Beira Mar (Ponta do Mucuripe) e Iguape a uns 50 km de Fortaleza, e era neste percurso que aprendia algumas manobras básicas:
VOAR EM VELOCIDADE PRÉ ESTOL, esta manobra me assustava um pouco, ficava tenso, como sabemos o estol é uma situação muito difícil para qualquer piloto, e já causou inúmeros acidentes fatais, isto ocorre quando a aeronave perde sustentação devido estar com velocidade abaixo do mínimo necessário para se sustentar no ar, e ai a queda é feia, pois bem no Mistral esta velocidade limite é de mais ou menos 60km/h. Cmt Lima me instruia a diminuir a velocidade até este limite na altitude permitida para ultraleves nesta área (1.000 pés, uns 304 metros, - área onde as aeronaves de passageiros vinha na perna do vento para pouso no Pinto Martins a uma altitude maior , é claro). Bem, voltando ao exercício, neste limite de velocidade o Mistral voava penduradão, aproado para cima , equilibrado num fiozinho de sustentação, e o Cmt perguntava, aguenta mais um pouco ou quer encerrar este exercício? Eu até que já estava acostumado e continuava na pré estol (despreocupação de novato, pois os riscos de estolar eram imensos, apesar de que nos 1.000 pés dariam para recuperar a sustentação).
E tinha outras manobras, fazer oitos tendo como eixo referencial a linha branca das marés, E também umas rasantes, essa ai eu gostava, e sempre apontava para as vacarias da área, picava a aeronave pra cima só para ver a carreira das coitadas , imaginem do ponto de vista animal um pássaro daquele tamanho surgindo do céu pra cima delas, a carreira era grande e desajeitada, depois era só acelerar e subir novamente.
Um traço da personalidade do Cmt Lima era que ele raramente falava, quado cobrava dele uma opinião a respeito da minha pilotagem ele dizia , quando você errar eu falo, se estou calado é porque está tudo certo. Pois foi ai que tomei um dos maiores sustos da minha vida,, estávamos voltando para o pouso, já saindo da Praia , como sempre gostava de passar sobre a cidade 2.000 , um trecho da Santos Dumont e Papicu onde gostava de visualizar meu prédio, sem problema dizia o Cmt. Então reduzi um pouco a rotação do motor e baixei para 600 pés (uns 180 metros) , neste dia eu estava muito falante e descuidado (O Lima atento), sem me aperceber estavamos perdendo altitude, e o Lima caladão, naquele momento crítico ele falou alto: "FILHO DA PUTA NÃO ESTOU QUERENDO QUE MINHA MULHER FIQUE VIUVA TÃO CEDO, OLHA O ALTÍMETRO! " e ai assustado olhei para o altimetro e vi que estávamos a uns 200 pés (mais ou menos 61 metros ) e descendo (caindo) sobre a Cidade 2.000. Puts qui la mi Pariu, que susto meu, acelerei o Mistral , puxei a alavanca na minha direção e restabeleci os 600 pés para entrar na perna do vento , girar base e preparar para o pouso. Ufa! que susto
CONTINUA...
VOAR EM VELOCIDADE PRÉ ESTOL, esta manobra me assustava um pouco, ficava tenso, como sabemos o estol é uma situação muito difícil para qualquer piloto, e já causou inúmeros acidentes fatais, isto ocorre quando a aeronave perde sustentação devido estar com velocidade abaixo do mínimo necessário para se sustentar no ar, e ai a queda é feia, pois bem no Mistral esta velocidade limite é de mais ou menos 60km/h. Cmt Lima me instruia a diminuir a velocidade até este limite na altitude permitida para ultraleves nesta área (1.000 pés, uns 304 metros, - área onde as aeronaves de passageiros vinha na perna do vento para pouso no Pinto Martins a uma altitude maior , é claro). Bem, voltando ao exercício, neste limite de velocidade o Mistral voava penduradão, aproado para cima , equilibrado num fiozinho de sustentação, e o Cmt perguntava, aguenta mais um pouco ou quer encerrar este exercício? Eu até que já estava acostumado e continuava na pré estol (despreocupação de novato, pois os riscos de estolar eram imensos, apesar de que nos 1.000 pés dariam para recuperar a sustentação).
E tinha outras manobras, fazer oitos tendo como eixo referencial a linha branca das marés, E também umas rasantes, essa ai eu gostava, e sempre apontava para as vacarias da área, picava a aeronave pra cima só para ver a carreira das coitadas , imaginem do ponto de vista animal um pássaro daquele tamanho surgindo do céu pra cima delas, a carreira era grande e desajeitada, depois era só acelerar e subir novamente.
Um traço da personalidade do Cmt Lima era que ele raramente falava, quado cobrava dele uma opinião a respeito da minha pilotagem ele dizia , quando você errar eu falo, se estou calado é porque está tudo certo. Pois foi ai que tomei um dos maiores sustos da minha vida,, estávamos voltando para o pouso, já saindo da Praia , como sempre gostava de passar sobre a cidade 2.000 , um trecho da Santos Dumont e Papicu onde gostava de visualizar meu prédio, sem problema dizia o Cmt. Então reduzi um pouco a rotação do motor e baixei para 600 pés (uns 180 metros) , neste dia eu estava muito falante e descuidado (O Lima atento), sem me aperceber estavamos perdendo altitude, e o Lima caladão, naquele momento crítico ele falou alto: "FILHO DA PUTA NÃO ESTOU QUERENDO QUE MINHA MULHER FIQUE VIUVA TÃO CEDO, OLHA O ALTÍMETRO! " e ai assustado olhei para o altimetro e vi que estávamos a uns 200 pés (mais ou menos 61 metros ) e descendo (caindo) sobre a Cidade 2.000. Puts qui la mi Pariu, que susto meu, acelerei o Mistral , puxei a alavanca na minha direção e restabeleci os 600 pés para entrar na perna do vento , girar base e preparar para o pouso. Ufa! que susto
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