Tomei uma decisão, manobras novas só sem testemunhas, sozinho, eu e Deus, razões: com público fico nervoso, gosto das brincadeiras que os colegas fazem, mesmo as mais ou menos "maldosas", me divirto a bessa, mesmo sabendo das intenções. Não tem problema, meus amigos não têm defeito. Mas acontece que todo este contexto divertido, zuadento, tira a concentração até de um frade de pedra. Então treinar sózinho é melhor, e apresentar, depois de bem praticado, os progressos conseguidos, e ai podem zuar a vontade, pois a esta altura os reflexos já estarão bem condicionados.
Hoje primeiro dia do ano e inicio de minhas novas decisões:
ParkSide 6:30 da manhã, a cabroerada toda dormindo de ressaca, e alguns de bolso vazio e o tanque cheio da "mardita", eu lá, heli na mão, bolsa lotada de baterias, e muita determinação. É hoje !. Planejei uns turnos de pista, uns vôos frontais, e algumas variações que fossem aparecendo, improvisando. Olhei prum lado e pro outro, não vi ninguém, ótimo pensei, ao meu lado direito percebi um vulto preto. Era um gato preto. Égua , logo um gato preto, isso dá um azar da porra. E decolei (equipamento T-Rex V2 450 da Align) executando logo uma razante por cima do gato, que correu, correu não, andou mais depressa e olhando pra trás desafiador, o sacana. Tomei altitude e comecei com o o que já sabia, para aquecer, uns telengo-tengos, uns piões, umas razantes, leste-sul-oeste, etc, e ai depois de ter queimado umas duas baterias parti para a ignorância, decolei picadão e com velocidade para o oeste, e fiz uma curva à esquerda na direção sul, leste, e continuei curvando para o norte, que era o ponto em que eu estava, o heli passou na minha frente, sempre curvando e completou o movimento para o oeste de novo. Completou o círculo, beleza, mas ai vem o erro, decidi continuar curvando e ai não percebi de imediato que o perímetro da curva ia aumentando e o heli ia tomando mais altitude. Receita da lenha, distância e altitude. Quando dei por mim tinha perdido a referência, picava e cabrava, mas com não sabia se o bicho estava de frente ou de traseira, minha angustia aumentava, a máquina estava sobre a floresta do Cocó e estava perdendo altitude, Oh My God, só pensava na minha pá Align de carbono, original, nem sei por que pensei nisso e não no heli que também é novinho e nunca havia caido. Perdi, perdi, pensei, mas pelo menos só tem este gato FDP, aqui como testemunha. Então deu um estalo (fração de segundos esta decisão) vou dar motor, subir, e lá cima ver o que faço. Subindo dei um golpe de leme, e quando cabrei percebi que estava de traseira para mim. Continuei cabrando e dando motor, até próximo a mim, pousei com o coração dando umas 120 batidas por minutos mais ou menos. Dei um suspiro, fiz uma careta para o gato, e uns cinco minutos depois decolei novamente.
A tarde na Mito, estava bem traquilão, fiz uns vôos de frente, queimei todas as minhas baterias, e fui para casa feliz.
PS: Em casa, sábado a noite, observei grande folga no pega-pás principal, verifiquei que os parafusos que fixam o eixo transversal estavam soltos. Ou pouquíssimo, ou nenhum trava-rosca no local (dica: sempre checar os pré-montados dos chineses, nunca colocam o trava-roscas). Não sacou as pás por milagre.
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